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A flor do Inverno

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© Município de Lousada


A paisagem desolada e fria é digna da época do ano. As árvores estão despidas e os galhos contrastam contra o céu ameaçador, de chumbo. Toda a natureza está adormecida, à espera que o sol a desperte. Certo?

Errado. Há uma árvore que não só mantém as suas folhas perfeitamente fortes, como ainda nos deslumbra com delicadas flores brancas, rosas, vermelhas, até matizadas, como se tivessem sido recortadas em papel de seda.

Claro que falo das camélias, que alegram o Minho durante o Inverno, quando a chuva copiosa nos faz duvidar que a Primavera um dia voltará. A flor originária da Ásia central adaptou-se também bem a esta região que os festivais de camélias se multiplicam por estes dias: Porto, Lousada, Celorico de Basto... estendendo-se também à Galiza e Astúrias. 

Fui conhecer um destes eventos floridos, em Lousada, uma pequena vila do distrito do Porto onde nunca tinha posto os pés. O XIII Festival Internacional de Camélias permitiu-me conhecer alguns recantos encantadores, já que o município organizou, na manhã de domingo, um passeio pelo concelho, começando no Jardim do Monte dos Sr. dos Aflitos, no centro da vila. 

A poucos passos dali, na Praça de Pocinhas, duas grandes tendas acolhiam as flores em exposição, onde também se podiam comprar plantas, provar chá e bolachas com aroma a camélia.




A Camellia sinensisé o nome científico da planta que se extrai o chá verde.

O dia terminou com um desfile de bodypainting. Felizmente o sol sorriu a estas "camélias vivas".
O charme do Solar do Cedro.




Casa de Rio de Moinhos (Covas)

D. Maria Antónia Bacelar de Ataíde Pavão abriu-nos as portas da sua casa brasonada para conhecermos as "japoneiras" como são conhecidas estas árvores por aqui, já que chegaram a Portugal através do Japão. As flores caídas, depois de um período intenso de chuvas, formou um tapete digno de um rei.

Entre as curiosidades da casa, destaca-se o brasão dos "Pintos, Guedes, Morais, Bacelar", mandado esculpir pelo IV Visconde de Montalegre, e um relógio de sol na fachada da capela.


Solar do Cedro (Souzela)

O belo edifício de estilo neoclássico parece que foi retirado de um livro de história, com a pátina do tempo a emprestar-lhe charme e mais charme. A casa solarenga recebeu o nome de uma árvore secular que reina, soberana, no jardim. Mas para além do cedro, todo o jardim está repleto de camélias, das mais simples (de pétalas singelas) às reticuladas, do branco imaculado a todos os tons de rosa.




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Próximo Evento:
Semana das Camélias no Porto, de 4 a 11 de Março (programa aqui)



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