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A flor da bandeira de Hong Kong chama-se bauhinia blakeana, em honra do governador Henry Blake, e é uma espécie de orquídea local. |
Oriente e ocidente encontram-se aqui, nestas ruas cheias de
luz,
por entre gigantes arranha-céus projectados por arquictetos de renome, táxis
vermelhos para lá de velhos e autocarros de dois andares, que circulam do lado
errado da estrada.
Apesar de
ultramoderna, a cidade parece conviver de forma pacífica com casas coloniais do
tempo dos britânicos, pagodes chineses ou templos budistas. Os contrastes são
tantos e tão difíceis de assimilar em apenas dois dias: há mar e montanha,
lojas caríssimas e mercados de rua, poluição e incenso, meditação e aparelhos
eletrónicos, Buda e Mickey (sim, existe lá um parque da Disney, na ilha de
Lantau, onde também mora um buda maravilhoso de que vos falarei num futuro post)...
Vamos lá começar a
nossa jornada na zona de Kowloon, percorrendo uma parte da Nathan Road, também
chamada de Golden Mile, por ter
tantas lojas e hotéis. No meio desta azáfama consumista, alguns quarteirões
ficaram sob o monopólio de "comerciantes informais", vindos do
Bangladesh ou da África subsaariana. As marcas mais conhecidas também estão
aqui representadas, claro, mas isso não me faz a mínima diferença. Não
atravessei meio planeta para ver montras... apenas uma me atrai como um íman e
chama-se STARBUCKS!
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Uma menina comemora a vinda de um irmão na varanda no IFC, o edifício mais alto de Hong Kong. |
Dose diária de
cafeína tomada, seguimos em direcção a Victoria
Harbour, um braço do Mar da China Meridional que nos separa do
continente. Não chegamos a percorrer a Avenue
of Stars repleta de artistas que desconheço (regressei no dia seguinte,
para a pose fotográfica junto do Bruce Lee), virando à direita para a Clock Tower e o terminal que ferry que
nos levará até à ilha de Hong Kong.
Podíamos atravessar
de metro também, mas o barco é a opção mais barata, para além de nos brindar
com uma vista fantástica: aqui fica o centro da cidade, alguns dos maiores
edifícios do mundo, incluindo o International Finance Centre, ou IFC, as grandes
empresas. Percorremos as artérias que alimentam este coração agitado, deambulamos
pelas ruas apinhadas, ajudados durante alguns quilómetros por um gigantesco
sistema de escadas rolantes (o maior circuito ao ar livre do mundo, sempre a subir), até
chegarmos ao Soho.
Sim, leram bem: o Soho. O bairro londrino é tão charmoso, que
toda a gente quer ter um recanto boémio parecido, com bares e restaurantes pequeninos,
a transbordarem clientes para as ruas e passeios, com mais estrangeiros por
metro quadrado do que chineses.
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Um pastel tradicional, um coração para os meus amores que estão longe e um gato da fortuna (cima). Um recanto florido no meio do betão e o pôr do sol no Victoria Peak (baixo). |
Mas se pudéssemos
gravar uma única imagem de Hong Kong, seria a paisagem desde Victoria Peak. Olhando para a cidade aos
nossos pés, vemos um dos melhores portos do mundo e uma linha de horizonte tão
improvável e audaciosa que, como alguém escreveu um dia destes na Time, faz Manhattan parecer provinciana.
Para além das montanhas, vislumbramos a China continental, vagueando o olhar à
medida que o sol se põe e as luzes da cidade se acendem, como se o Natal
tivesse chegado mais cedo.
Terminamos o dia
junto ao mar, com uma Sinfonia de Luzes. Aí está uma ideia brilhante de
marketing turístico: a cidade tem muitos prédios? Transformem-se estes edifícios
num espectáculo de luz e música diária. Resultado, todos os dias os turistas se
sentam aqui, neste calçadão, para uns minutos de pausa e deslumbramento. Não tivemos a sorte de assistir a uma sinfonia completa com fogo de artifício, mas já valeu a pena!
Nós vamos ali jantar
um sushi! São servidos? Ainda regressaremos a Hong Kong para um último post e
a despedida da Ásia.